terça-feira, abril 13, 2010

Enrolada Num Belíssimo Pano: O Sari

 

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Não há ninguém que não o conheça, mesmo sem sequer conhecer o seu verdadeiro nome, e recentemente a novela brasileira Companhia das Índias pôs metade do Brasil a vesti-lo. Chama-se Sari, é o traje tradicional mais conhecido da mulher indiana, tem cerca de 4 a 9 metros, usa-se de mil e uma maneiras... e não passa de um gigantesco e comprido pano que, devidamente colocado, transforma-se num prático e belíssimo vestido. Por baixo deste “lençol” gigantesco há duas peças de roupa necessárias, de forma a evitar a transparência do corpo feminino: a anágua (uma espécie de calças indianas) e um choli, uma blusa decotada, que não chega à cintura.

Não se sabe quando apareceu pela primeira vez. Os relatos mais antigos desta peça de roupa já existem desde 2800 aC e crê-se que tiveram origem nas zonas de Gujarat e Rajistão (Índia) e nas províncias de Punjab e Sindh (no actual Paquistão). Antes do Sari, existia o Dhoti (segunda foto à direita), hoje só usado pelos homens, mas durante muito tempo também foi uma vestimenta do sexo feminino. Uma curiosidade interessante: o diafragma é sempre mostrado, pois esta parte do corpo humano simboliza o centro do Universo. Por isso, para que este “respire”, é preciso deixá-lo a descoberto.

Existe uma grande discussão à volta da blusa Choli: vários historiadores afirmam que, antes dos ingleses dominarem a Índia, as mulheres desta nação usavam apenas a anágua, deixando a descoberto a parte de cima, envolta pelo sari. Antigamente, e segundo os clip_image004mesmos, usavam um pano a cobrir os seios e, às vezes, nem isso! Os ingleses, sempre puritanos e conservadores, não achavam piada nenhuma ao facto de o “belo sexo” andar por aí a exibir os seus seios, levemente revelados pela transparência deste belo tecido, por isso exigiram que estas se tapassem mais. Outros historiadores sugerem que, em várias partes da Índia, esta vestimenta já era usada, uma vez que o simples pano à volta desta parte do corpo podia causar um certo desconforto: um bocadinho de movimento a mais e... usem a vossa imaginação.

As cores de um Sari não servem apenas para embelezar o tecido, e todas elas possuem significado: o branco está associado à religião, particularmente quando se trata de rituais funerários. Por isso mesmo, as viúvas só usam esta cor. Já a cor vermelha está ligada aos guerreiros e é considerada um sinal de prestígio, coragem e valor. Também é, como não podia deixar de ser, a cor da sexualidade e, por isso mesmo, as noivas usam-no no casamento. O sari verde estava ligado originalmente à casta dos comerciantes, mas, devido ao crescimento do Islamismo (é a cor dos muçulmanos) muitas indianas, para evitarem confusões desnecessárias, optam hoje por não o usar. A cor azul tinha (e tem) uma profunda ligação com as castas dos fazendeiros, artesãos, tecelões e trabalhadores manuais. As castas superiores preferem não escolher esta coloração, pois dizem que a sua manufactura vem de “mãos impuras” (uma casta não é o mesmo que uma classe social. Duas pessoas de castas diferentes estão literalmente proibidas de contrair matrimónio, apesar de a lei indiana, actualmente, não considerar tal acto um crime. Para saberes mais sobre as castas consulta este link: http://gloriafperez.blogspot.com/2008/04/as-castas-na-ndia.html ). O preto não é uma cor muito usada, pois está associada à doença e à dor. Por fim, as cores amarelo e laranja estão ligadas à religião, à espiritualidade e à maternidade. É tradição as mães indianas usarem saris exclusivamente amarelos nos primeiros sete dias de maternidade.

Queres saber como se veste um sari? Então, espreita aqui:

Imagens retiradas daqui e dali !

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