Em pleno dia da “Revolução dos Cravos”, é com bastante mágoa que continuamos a assistir à falta de visão e mentalidade provinciana dos nossos empresários: um grupo de cientistas portugueses, chefiados por Rodrigo Martins e Elvira Fortunato, criaram algo que, até agora, só existia nos filmes de ficção científica: inventaram um simples e barato transístor que permite mudar a cor das nossas paredes, sofás, carro, livros, o que quisermos (vejam o vídeo de 2 minutos, em http://aeiou.expresso.pt/video-os-transistores-magicos=f510831)! É bastante económico, amigo do ambiente, revolucionário e deixou de boca aberta as empresas de informática do mundo inteiro. Aliás, nós os portugueses tornámo-nos pioneiros numa série de tecnologias de ponta que fariam inveja até aos cientistas prestigiados da grande instituição americana, que é a MIT. Uma das nossas últimas proezas (precisamente a mesma equipa!) foi a invenção do Paper-e, o transístor em papel, cuja notícia fez correr rios de tinta em todo o mundo. O registo das patentes (isto é, os “direitos de autor” dos inventores) custou 70 mil euros mas, segundo a universidade do Texas, o seu valor é superior a mais de 10 milhões de euros! Com esta descoberta, Elvira Fortunato ganhou um prémio internacional da European Research Council, no valor de 2,5 milhões de euros e, graças a ela, todos os aparelhos digitais passarão a ser 10 vezes mais baratos do que já são, uma vez que o papel é dos objectos mais económicos que existem.
Para grande espanto da equipa, nem a Portucel nem a Renova mostraram qualquer interesse por esta estupenda (e bastante lucrativa!) descoberta. Quem agarrou a oportunidade com ambas as mãos foi a papeleira brasileira Suzano e, como narra Rodrigo Martins, foram tratados como príncipes, à chegada da sua sede, em São Paulo. Estivemos cinco dias com tudo pago pela Suzano, fomos recebidos ao mais alto nível, mas quando nos deslocámos à Portucel nem o almoço nos ofereceram…
Não admira que Portugal esteja eternamente na cauda da Europa. Temos brilhantes e promissores cientistas, jovens visionários cheios de projectos revolucionários a nível mundial, e em vez dos nossos empresários os valorizarem, rejeitam-nos, sem sequer serem capazes de se aperceberem do potencial destas invenções completamente originais e únicas no planeta. Preferem apostar na eterna e serôdia fabricazeca de calçado, com empregados semi-escravos, semi-analfabetos, e apostarem na “linda e na lindinha”.
Portugal está cheio de cérebros, de mentes iluminadas. Infelizmente, tudo mudou, excepto os nossos “empresários”. E com patrões como estes, a nossa nação estará irremediavelmente condenada à miséria…
Foto retirada de:
1 comentário:
Têm algo no nosso blog ;) Boas leituras!
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