Hoje é o Dia Mundial do Síndrome de Asperger. Se nunca ouviram falar desta palavra, não se espantem: é um “problema cerebral” tão recente (só foi descoberto há cerca de trinta anos) que muita gente nem sequer sabe que existe.
Mas afinal é o quê? Uma doença com cura, uma mania, um trauma de infância, um problema mental? Vamos lá tentar explicar: segundo a Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger (APSA), a síndrome de Asperger manifesta-se "por alterações sobretudo na interacção social, na comunicação e no comportamento", é de transmissão genética, afecta maioritariamente rapazes e são cerca de 40 mil as pessoas em Portugal que têm esta patologia. Trocando por miúdos: uma pessoa que sofra deste síndrome tem muitas dificuldades em comunicar com os outros. Por exemplo: não sabe perceber o segundo sentido das palavras (se dissermos que alguém é “trinca-espinhas”, o ser humano que sofre desta patologia vai levar à letra o que estamos a dizer); não consegue entender as várias expressões faciais e, por isso, tem dificuldades em detectar emoções; os seus olhos nunca estão fixos ou concentrados num determinado ponto; não fixam as regras sociais com facilidade e é muito comum sentirem pavor das multidões; têm sérios problemas em “fazerem-se perceber” e perceberem os outros; quase sempre, é a criança ausente na sala de aula, que está na lua e nunca ouve nada.
Muitas vezes são olhados pela sociedade como sendo pessoas “estranhas”, “esquisitas”, “maluquinhas” e são confundidos com frequência com os tímidos. Na escola sofrem bastante e são vítimas de bullying. Quanto aos professores, estes, de uma forma geral, não têm sequer formação para saberem identificar esta disfunção.
O Síndrome de Asperger é uma forma menor de Autismo e, por isso, os “aspies” são frequentemente confundidos com este grupo. Porém, ao contrário dos autistas, conseguem ter uma vida quase “normal”, apaixonam-se, casam-se, têm filhos, exercem uma profissão como toda a gente. E muitos deles possuem aptidões extraordinárias para a música e para a matemática como, por exemplo, o pianista Glenn Gould (na foto).
Se queres saber mais sobre este fascinante síndrome, dá uma espreitadela ao video que te apresentamos. E lá porque um cérebro humano não funciona da mesma forma que os outros, tal não quer dizer que essa pessoa seja “maluquinha”. Simplesmente, é apenas diferente.
E desde quando é que a palavra “diferença” é sinónimo de “loucura”?
Síndrome de Asperger (no programa Fantástico, da Rede Globo)
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