Corria o ano de 1969 quando no Brasil, em plena ditadura, Caetano Veloso e Gilberto Gil construíam uma das “músicas” mais fortes e mais brilhantes contra o racismo: Haiti ou O Haiti É Aqui. Não é propriamente uma música, mas sim, um rap falado em português, e a mensagem é clara: Muitos dos negros que agora são vítimas de racismo no Brasil vieram de antepassados raptados, metidos em “navios negreiros” e escravizados pelos portugueses. O Haiti era um desses “hipermercados” de escravatura: com a ajuda de muitos chefes tribais (que, assim, facturavam às custas do sofrimento de muitos seres humanos), eram às centenas de milhar os nativos que perdiam a sua honra e a sua vida.
Duzentos anos depois, o Haiti continua a existir na terra do samba. Como diz esta canção, no Brasil ninguém é cidadão!
Muita atenção ao poema, que é de cortar a respiração.
O Haiti – Caetano Veloso (Ao vivo)
3 comentários:
Ouçam o resto do álbum Tropicália 2 que vale bem a pena...
Toda a música deste movimento conhecido como MPB. música popular brasileira, vale a pena
Engraçado, nunca tinha percebido que houve o 'movimento' da MPB. essa música de hoje não o pertence ? Onde parou esse 'movimento' ? Ao meu ver, hoje, assassinaram a poesia da música brasileira... A poesia que soa, que grita, que geme, que vive o cotidiano dos cidadãos brasileiros. Alguma indignação no Rap e nas bandas e músicos alternativos. Há um 'resto' que vai do muito romântico ao pornográfico, qque são os que as Mídias tocam e a população ouve e conhece... Existe uma crise na cidadania brasileira em relação ao que se ouve... Não é ?...
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