terça-feira, dezembro 15, 2020

Livro da Semana - O instinto de acreditar, de Jesse Bering

 


A propósito do mês de dezembro – um mês que significa festas para muitos crentes das religiões Judaica e Cristã – o livro que escolhemos para fechar o primeiro período não podia ser mais perfeito do que este: Jesse Bering, um psicólogo evolucionista da Queens University Belfast, jurou que iria estudar este fenómeno mundial chamado FÉ. Nada de especial, o mundo está cheio de estudos e pensamentos dedicados a este tópico. O que é realmente interessante é o facto de a ter estudado com base em pesquisas científicas. Desta vez, é a Ciência que explica o mecanismo da fé, e não se limita a comprovar que a mesma não é coisa de gente desiludida ou iludida, é algo que já nasce connosco. Somos, de facto, programados para acreditar.
Os próprios títulos de alguns capítulos já atraem a curiosidade: “Um mundo de sinais”; “Curiosamente imortal”; “Quando Deus atira pessoas das pontes”; “E depois morremos” são alguns dos exemplos que podemos dar. Porém, um psicólogo evolutivo não é alguém que estuda apenas a mente e desejos de um ser humano no século XXI. É alguém que se interessa, acima de tudo, pela origem dos nossos desejos, desde tempos imemoriais. De onde vem a repugnância pelo suicídio? De onde vem o ódio à Homossexualidade? De onde vem a ideia de que “tudo está ligado”? Quem foi o primeiro Humano a detetar aquilo que chamamos “coincidência”? Será “Deus” uma ideia que teve origem na necessidade de criarmos ordem na nossa existência?
Jesse Bering escreveu um livro que, sem dúvida, irá irritar muitos religiosos. No entanto, temos que admitir que a Ciência também tem uma palavrinha a dar nesta matéria. Se – vamos colocar esta hipótese – Deus não existe, então a ideia deste Criador do Universo tem que servir para alguma coisa. E, sem dúvida, tem que oferecer muitas vantagens para a espécie humana. Afinal de contas, há dezenas de milhares de anos (no mínimo!) que nós andamos a rezar a esta força. Se não fosse eficaz numa escala evolutiva, esta ideia não teria sobrevivido durante tempo!
Será a Fé um mero produto do cérebro humano? Vejamos…


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