Que o diga a equipa liderada por Felisa Wolfe Simon, do Instituto de Astrobiologia da NASA: foi recentemente encontrada no lago Mono da Califórnia uma bactéria muito estranha, que desafia tudo o que nós conhecemos sobre a Vida nesta planeta. Este “bichinho”, em vez de ter fósforo no seu ADN, tem arsénio, uma substância que pertence obviamente à categoria dos venenos e, precisamente por ser bastante tóxica, não devia gerar nenhum tipo de vida.
Relembremos a matéria que nos foi dada nos bancos da escola: todas as formas de vida de que até agora temos tido conhecimento são compostas por carbono, hidrogénio, nitrogénio, oxigénio, enxofre e fósforo. Mas este lago Americano (foto à esquerda) deu origem a um tipo completamente de Existência. Tal leva-nos imediatamente a especular todo o tipo de questões que antes nem eram postas em causa: e se, num planeta distante, a Evolução terá optado precisamente por este ADN cheio de arsénio, em vez de fósforo? Será que a Vida pode aparecer das maneiras mais estranhas e mais imprevisíveis, e até agora não demos por ela precisamente porque, até agora, não a tínhamos descoberto? Para a farmacêutica Simone Piccoli (na foto), a possibilidade de vida noutros planetas é cada vez mais um facto a ter em conta, e não uma história de ficção científica: Acredito que a descoberta revelada aponta para vida extraterrestre apenas pela constatação de que não devemos seguir procurando formas de vida tal qual conhecemos".
Ao contrário do que se pensou inicialmente, esta bactéria não veio do espaço. É orgulhosa e honradamente terrestre. Mas a sua mera existência já é o suficiente para darmos pulos de entusiasmo e de aceitarmos cada vez mais a probabilidade de não estarmos sós no universo. Se uma substância altamente mortífera como o arsénio também consegue contribuir para a origem da vida neste planeta, que diremos de outros cenários e outros climas em planetas distantes? Para já, muitos cientistas, assim que tropeçaram nesta bactéria, já andam a maquinar maneiras práticas de a utilizar e que possam beneficiar o Ser Humano, a medicina em geral, o meio ambiente ou até mesmo ajudar a diminuir níveis de poluição em rios, por exemplo.
E depois ainda há quem diga que se gasta muito dinheiro nestes projectos!
1 comentário:
...talvez signifique uma outra coisa igualmente importante: esta bactéria pode ser extremamente antiga, herdeira dos tempos primitivos da Terra quando, provavelmente, nem havia ainda Oxigénio na Atmosfera. Adoro estes assuntos, deliro com eles.
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