SONETO XIX
Tu também morrerás, cinza adorada.
Essa beleza é certo que pereça,
essa mão, essa esplêndida cabeça,
esse corpo de argila iluminada.
Sob o gume da morte, ou sob a geada,
serás mais uma folha que estremeça
e com as outras te vás, verde e travessa,
depois morta, sem cor, desintegrada.
De nada o meu amor terá valido,
apesar deste amor, tu chegarás
ao fim do dia e tombarás vencido,
obscuro como a flor que cai, por mais
que tenhas sido belo, e tenhas sido
mais amado que todos os mortais.
Edna St. Vincent Millay
Imagem Retirada daqui
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