Todos os verões é sempre a mesma coisa: incêndios e animais abandonados. A nossa Constituição da República não obriga nenhum cidadão do nosso país a ter um cão ou gato em casa (nem sequer crianças!) e, no entanto, o que há para aí são paizinhos que não são capazes de dizer “não” ao fedelho mimado que, assim que vê um lindo cachorrinho na montra, faz logo birra, diz que quer o bichano e, como é óbvio, após muito guincho histérico e muito espernear no chão, consegue sempre aquilo que quer. A novela é infelizmente previsível: o cão cresce, já não tem tanta graça, entretanto a criança, segundo os pais, parece que já se fartou do “brinquedo” (o que não é verdade: é a criança que sente a falta do seu “companheiro”, quando chega a casa), e toca a despachá-lo para a rua, durante as férias de Natal ou de Verão.
Não há nada que desculpe este tipo de comportamento. Em primeiro lugar, os pais têm que aprender a dizer não aos seus filhos e, por muito que eles desejem ter um amigo de quatro patas, se não há condições para o ter, então não o tenham. Em segundo lugar, há muitos humanos que, perante estes actos de crueldade, aparecem logo com a esquizofrénica desculpa “há muitas crianças à fome e ninguém parece interessado nelas”. Perguntamo-nos: o que é que uma coisa tem a ver com a outra? Porque há crianças a sofrer, isso agora também nos dá legitimidade para fazermos mal aos animais? Não só não resolvemos um problema como acabamos por criar outro. Finalmente, agora está muito na moda a desculpa esfarrapada do “estamos em crise e não tivemos outro remédio senão despachar o bicho”. Esta desculpa também não justifica nada porque há dezenas de milhões de seres humanos pobres que não abandonam os seus animais, mesmo quando perdem a casa e vivem nas ruas. Além disso, quem tem o hábito de se livrar dos seus amigos de quatro patas durante as férias é a classe média/média alta. Os pobres não vão de férias e os ricos têm sempre gente que cuide principescamente dos seus bichinhos. Como vemos, não é a pobreza que justifica este comportamento bárbaro.
Precisamente para minorar o triste cenário que aí vem, a SOS Animal oferece-se neste momento para cuidar dos nossos animais domésticos, enquanto vamos para férias, e tudo isto por um preço muito simbólico. Mais: oferece-se também para dar alojamento temporário ao nosso “bichano”, caso tenhamos perdido o emprego ou a casa. Por fim, a SOS Animal está a preparar algo muito importante: uma clínica especializada que tem como objectivo curar animais que lhes venham parar às mãos em estado crítico. E vocês, leitores, podem ajudar! Basta ligarem para o número acima mencionado, e parte da chamada reverterá para a construção deste hospital dos animais. A chamada só custa 60 cêntimos e pode fazer toda a diferença. Neste momento, a clínica necessita de uma máquina de raios x, que custa quase 9000 euros. Até agora, segundo o site (http://www.sosanimal.com/), já conseguiu arrecadar mais de 2100, pelo que ainda precisarão de mais um empurrãozinho. Importa referir que esta ONG recebe actualmente 500 pedidos de ajuda por mês, pelo que a situação está a tornar-se financeiramente incomportável. Não se esqueçam que o Estado não ajuda nada nem ninguém, por isso temos que aprender a ajudarmo-nos uns aos outros.
Comecem já a contribuir. Porque não é por causa de 60 cêntimos que ficaremos pobres. Quem sabe se, no futuro, há-de ser o nosso animal a precisar de ajuda?
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