Crepúsculo, de Stephenie Meyer
Pronto, já chegou! Agradeçam à turma A do sétimo ano, porque foi graças ao segundo prémio do concurso “Inês de Castro”, do Plano Nacional de Leitura, que a escola ganhou um vale de cheques-Fnac, no valor de cinquenta euros. À justa para comprar os três volumes já saídos do mais romântico e famoso par de namorados da primeira década do século XXI (o lançamento do quarto volume, Amanhecer, está previsto, se não estivermos enganados, para o dia 9 de Junho).
Não vale a pena contar a história: a não ser que haja OVNIS a rondar Serpa e arredores, já toda a gente a conhece. Um belo vampiro apaixona-se por uma bela humana, e a simpática família de Edward protege-a e defende-a com garras e (desta vez literalmente) dentes. Para apimentar ainda mais a narrativa, temos uma luta milenar entre lobisomens (do lado do Bem) e vampiros (supostamente do lado do Mal). Por fim, ficamos a saber no segundo volume que esta raça de seres frios e imortais não é tão boazinha como pensamos. Talvez os Cullen sejam uma das grandes excepções que confirmam a regra…
Não sendo uma obra-prima literária, por que razão a biblioteca desta escola aconselha a leitura deste livro? Para começar, a história não se lê, devora-se. Qualquer leitor está ansioso para chegar ao fim, saber o que aconteceu, e fica a roer ansiosamente as unhas, à espera de próximo volume. Crepúsculo é aquele tipo de livros que pode criar em nós o tal desejado “clic!” que nos impulsionará para o gosto da leitura. É, repetimos, aquele tipo de livro que comprova aquilo que todos os amantes da leitura afirmam: ler é um prazer, não é uma seca. E é a maneira mais barata de viajarmos.
Em segundo lugar, o mito do vampiro está muitíssimo bem imaginado. Poucos são os escritores e realizadores de filmes que se apercebem de um facto muito importante: o vampiro não representa apenas a sensualidade e a liberdade. Representa também a solidão, o medo de ficarmos eternamente sozinhos num mundo onde toda a gente é feliz, menos nós. Porque, no fim de contas, há sempre um preço a pagar pelas nossas escolhas, e a Imortalidade é um “bem” que se paga muito caro. Os realizadores de cinema Friedrich Murnau e Francis Ford Coppola foram dos pouquíssimos artistas que abordaram este lado triste dos “filhos de Drácula”. Ao contrário da sanguessuga sensual que adora destruir e matar por puro e simples prazer, Stephenie Meyer opta por descrever uma família composta por seres solitários, que se juntam com o objectivo de se ampararem uns aos outros, e de proporcionarem uns aos outros o amor que não conseguiram ter, quando eram humanos.
De leitura compulsiva, vale a pena mergulharmos no universo ternurento desta escritora, a grande sensação da década, a seguir a J.K.Rowling.
1 comentário:
Olá, tenho este livro na estante por ler...tenciono ler todos os volumes...
Abraços
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