segunda-feira, novembro 21, 2011

Livro(s) Da Semana

 

As crónicas do gelo e do fogo, de George R.R.Martin

clip_image002 Já toda a gente deve ter ouvido falar da Guerra dos Tronos, mas é possível que muitos pensem que se trata de uma série de televisão e nada mais. Não podem estar mais enganados: As crónicas do gelo e do fogo, que já vão no volume V e terminam no VII, têm sido consideradas, na opinião de muitos, como uma das séries do género da Fantasia mais estupendas que alguma vez na vida foram concebidas.

Antes de torcerem o nariz à simples menção da palavra “fantasia”, convém que vocês reparem em alguns pormenores: o mundo de George R. R. Martin, ao contrário de muitas histórias fofinhas e quiduxas passadas em reinos mágicos, focam o lado mais negro de uma Idade Média imaginária: os reis são tudo menos exemplos a seguir; as princesas e rainhas não são nada purinhas e virgens; os cavaleiros, em vez de serem Aragorns e Harry Potters, são monstros que pilham, matam, violam e se engolem uns aos outros; a religião é motivo de problema e nunca motivo de prazer; o povo não passa de um conjunto de escravos servis, vítimas da fome e da guerra, e constante alvo da ganância e maldade dos senhores das terras; os casamentos não passam de jogos de xadrez, e as famílias reais devoram-se umas às outras. E no meio desta chacina imperdoável, - excetuando os sobreviventes da Casa Real Stark e os soldados desgraçados que vivem nas muralhas, e que tentam defender um mundo em ruínas – ainda ninguém se apercebeu que o Inverno está à porta, irá durar anos intermináveis, e ninguém se preparou para o inferno que aí vem, pois os vários reinos estão todos ocupados a morderem-se e ferirem-se uns aos outros, em vez de tomarem medidas sensatas para a sua sobrevivência.

As crónicas do gelo e do fogo são uma condenação feroz à maldade e estupidez humanas, mas são também um elogio a todos os humanos que, perante a barbaridade a maldade, conseguem, de alguma forma, manter um mínimo de pureza e de honra nos seus corações. É o caso da Casa Real Stark, que irá pagar um preço muito caro por tentar justa e honesta. No entanto, a esperança é a última a morrer: os filhos sobreviverão, separar-se-ão e cada um será uma peça-chave para a o futuro deste mundo imaginário.

Avisamos já que, no início, o leitor vai ter dificuldades em tentar descobrir quem é quem: as personagens são tantas que, por vezes, é necessário ir ao índex e apanhar o fio da meada. No entanto, há já muito, muito tempo que não se via uma saga tão bem escrita e tão profunda.

Ao contrário de muitas editoras, a nossa Saída de Emergência optou por dividir cada volume em dois, precisamente para evitar que o tamanho gigantesco dos mesmos pudesse assustar e afastar potenciais leitores. A nossa escola adquiriu apenas os primeiros três “capítulos”. Porém, se vocês estiverem interessados em continuar a ler a saga (ainda não terminou!!), peçam à biblioteca que compre os próximos.

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