terça-feira, junho 03, 2025

Um por mês - Junho

 


Junho


Os dias
Continuam a aumentar 
E também 
O meu amor por ti
Sem parar

O sol nasce em Lisboa 
E mais cedo no Porto 
Nada disto é a toa
Mesmo que pareça torto

Cavar
Semear
E estrumar
Os campos 
Coisas que eu não sabia 
O que sabe afinal
Quem sabe
De poesia 

Na horta 
No jardim 
No pomar
Há tanto
Mas tanto 
A fazer
E eu o que faço 
Eu 
Que só sei escrever

Nas adegas
Nas matas
Nos olivais 
E até nos currais 
Não se acaba o trabalho 
E eu
Eu só atrapalho

As pessoas nascidas
Neste mês 
São sociáveis 
Alegres e amáveis 

Mas também 
Podem ser sérias 
Pensativas
Indecisas
E imprecisas

Não sou deste mês 
Mas também sou assim 
Às vezes
Todos temos 
Os nossos dias 
E os nossos meses

Por agora
Vou terminar 
E antes que se acabe junho
Vou ali ao mar
Dar um mergulho 

C.A, 3-6-2025