Páginas

sexta-feira, junho 13, 2025

Cantar poesia portuguesa

 


Saber ler e saber escrever são as duas ferramentas sociais e culturais mais importantes da nossa vida. É graças a elas que recebemos notícias, assinamos contratos, defendemos os nossos direitos, exercitamos os nossos deveres, aprendemos a comunicar em várias ocasiões e circunstâncias, arquivamos as nossas memórias, as nossas contas pessoais e a História do nosso país. Mas também é através delas que nós trabalhamos as nossas emoções, aprendemos a dialogar/expressar o que nos vem na alma, e sentimos as várias camadas e nuances que existem numa só palavra.

Todos nós podemos aprender a ler e a escrever. Porém, compreender uma língua, a sua profundidade e beleza, e é precisamente isto que nos torna humanos, só a Literatura o consegue. E esta compreensão tem de ser trabalhada e treinada.

Por isso mesmo, durante a última semana de aulas, o professor José Luís Gomes e as turmas A e B do 9º ano dramatizaram poemas de grandes poetas portugueses: José Gomes Ferreira, Ruy Belo, Irene Lisboa, Jorge de Sena, Carlos de Oliveira. O objetivo consistiu em estimular os alunos a sentirem as palavras, os sons, a música da nossa lindíssima língua. O resultado foram relâmpagos de luz e emoções.

E aqui mostramos alguns destes belíssimos momentos.

 

Turma A, 9º ano

“Escrever”, de Irene Lisboa

https://www.youtube.com/watch?v=ziD-yOQQV6g

“Uma pequenina luz”, de Jorge de Sena

https://www.youtube.com/watch?v=QKNRmndXjY4

 

 

Turma B, 9º ano

“Escrever”, de Irene Lisboa

https://www.youtube.com/watch?v=HQhnRS8j0Zg

 "Aquela nuvem", de José Gomes Ferreira

https://www.youtube.com/watch?v=U-qdNy8jDAA


terça-feira, junho 03, 2025

Um por mês - Junho

 


Junho


Os dias
Continuam a aumentar 
E também 
O meu amor por ti
Sem parar

O sol nasce em Lisboa 
E mais cedo no Porto 
Nada disto é a toa
Mesmo que pareça torto

Cavar
Semear
E estrumar
Os campos 
Coisas que eu não sabia 
O que sabe afinal
Quem sabe
De poesia 

Na horta 
No jardim 
No pomar
Há tanto
Mas tanto 
A fazer
E eu o que faço 
Eu 
Que só sei escrever

Nas adegas
Nas matas
Nos olivais 
E até nos currais 
Não se acaba o trabalho 
E eu
Eu só atrapalho

As pessoas nascidas
Neste mês 
São sociáveis 
Alegres e amáveis 

Mas também 
Podem ser sérias 
Pensativas
Indecisas
E imprecisas

Não sou deste mês 
Mas também sou assim 
Às vezes
Todos temos 
Os nossos dias 
E os nossos meses

Por agora
Vou terminar 
E antes que se acabe junho
Vou ali ao mar
Dar um mergulho 

C.A, 3-6-2025